História dos Desbravadores no Mundo
O SURGIMENTO DA IDÉIA
O nome DESBRAVADORES foi usado por Theron Johnston, em 1930, quando organizou um clube em sua casa na cidade Sant‘Ana, Califórnia, nos Estados Unidos. Não recebeu apoio e acabou abandonando a idéia.
Já em 1940, a Associação do Sudoeste da Califórnia chamou o seu acampamento de "Acampamento de Desbravadores Jovens Missionários Voluntários". Nessa época, também surgiu um clube organizado pelo pastor Laurence Skinner com o nome "Locomotiva".
O DESENVOLVIMENTO
O clube começou a tomar corpo a partir de 1946, com a liderança do pastor John Hancock, que era diretor de jovens da Associação do Sudoeste da Califórnia. Aproveitando o nome do acampamento da Associação, chamaram de "Clube dos Desbravadores Jovens Missionários Voluntários".
A ORGANIZAÇÃO
Em 1946, o próprio pastor Hancock desenhou o emblema em forma de triângulo, que ainda é usado em todo o mundo.
Em 1947, a Associação Geral pediu à União do Pacífico para desenvolver a Organização do Clube de Desbravadores. O pastor J. R. Nelson coordenou este trabalho. Em seguida, Lawrence Paulson escreveu os primeiros manuais de orientação. Em maio de 1949, o pastor Henry Berg, mesmo não sendo músico, compôs o Hino dos Desbravadores.
A OFICIALIZAÇÃO
Em 1950 o departamento de Jovens da Associação Geral adotou oficialmente o "Clube de Desbravadores Jovens Missionários Voluntários" como um programa mundial. Em 1952 o Hino dos Desbravadores foi oficializado e passou a fazer parte do programa.
Até o início do século XX faltava à juventude adventista um bem dirigido programa de atividades designadas especificamente para suprir as suas necessidades, uma situação no qual os líderes denominacionais na Associação Geral, União e Associações Locais pareciam despercebidos. Em vista de que eles queriam estar mais preocupados com o evangelismo, os próprios jovens e alguns leigos adultos iniciaram a Sociedade dos Missionários Voluntários e ao Clube dos Desbravadores que se tornaram os maiores programas da denominação.
O Programa Missionário Voluntário que foi adotado na Conferência Geral em 1907 era basicamente espiritual e, por conseguinte satisfazia somente parcialmente as necessidades dos jovens. Alguns meninos adventistas desejaram unir-se aos escoteiros que se estabeleceram em 1910, mas enfrentaram problemas já que as atividades dos escoteiros conflitavam com as crenças adventistas e as práticas adventistas, incluindo o culto do sábado, ida ao cinema, a danças, a dieta e atividades missionárias.
Respondendo a esta situação, o Departamento dos Missionários Voluntários expandiu seu programa numa tentativa para prover treino físico, mental, social e técnico através das Classes Progressivas, das Especialidades e de Acampamentos.
As Classes Progressivas, agora Classes dos Desbravadores, ofereciam instrução religiosa, estudo da natureza, e aquisição de novas técnicas. A Associação Geral adotou os nomes de Amigo, Companheiro e Guia para as Classes em 1922. O menino ou menina com dez anos de idade, ou na quinta série, podia tornar-se Amigo. Completando os requisitos, ele participaria num serviço de investidura, numa cerimônia especial, no qual aqueles que passaram no teste eram investidos e recebiam os seus distintivos, certificados e também comendas aos distintivos das especialidades. Os meninos e as meninas conseguiam ou ganhavam especialidades JA em muitos campos diferentes enquanto trabalhavam para cumprir os requisitos das Classes. C. Lester Bond, secretário do Departamento de Jovens da Associação Geral, obteve a permissão do líder dos escoteiros para usar algumas de suas idéias e materiais ao ele preparar a especialidade em 1928.
Alguns líderes da igreja o acusaram conseqüentemente de trazer o mundo para dentro da igreja. No entanto, Bond incorporou idéias dos escoteiros e materiais num programa dos Missionários Voluntários Juvenis.
Por volta desse tempo a denominação temendo que um acampamento de verão não-adventista pudesse trazer uma influência negativa sobre os jovens adventistas, organizou seus próprios acampamentos de verão. O primeiro foi organizado na cidade de Lina Lake, Michigan, em 1926. Através dessas iniciativas dos líderes dos jovens, incorporavam atividades seculares no programa jovem, mas a Sociedade dos Missionários Voluntários da Igreja e a Escola da Igreja local, as quais eram responsáveis para implementar o programa, continuavam a dar ênfase aos elementos espirituais. A Sociedade dos Missionários Voluntários se reunia aos sábados e limitava as suas atividades às que eram apropriadas para o sábado. Raramente planejavam atividades seculares, exceto sociais para o sábado á noite na Igreja ou uma excursão ocasional.
Os meninos e as meninas, por conseguinte necessitavam de um programa efetivo centralizado na igreja que pudesse provê-los com oportunidades para explorar, para experimentar e desenvolver técnicas enquanto ao mesmo tempo os levava a uma sincera entrega para a vida cristã.
Uma história não documentada intitulada "Fora da Janela" apareceu no Departamento dos Missionários Voluntários para mostrar como a juventude adventista anelava por mais atenção por parte da igreja. Conta-nos que os meninos Dom e Bert se uniram aos meninos da vizinhança no parque numa noite enquanto seus pais estavam fazendo uma festa na Casa da Don. Os meninos foram para a casa e cautelosamente olharam através da janela para ver o que estava acontecendo, sentindo-se negligenciados e desejando também participar da festa. Eles tinham esperança de organizar um Clube e pediram ao pai de Bert por ajuda, mas ele estava muito ocupado e recomendou que eles pedissem ao Sr. Miller, professor da escola. Ele também estava muito ocupado. Os meninos ainda estavam procurando alguém para ajuda-los naquela noite, e um menino disse: Se os pais têm tempo para as suas festas como esta, eu penso que eles deveriam ter tempo para ajudar-nos.
Em resposta à sugestão de Bill, os meninos esvaziaram os pneus de todos os carros que estavam estacionados perto da casa e se esconderam no mato. Descobrindo que seus carros tinham os pneus vazios, os pais chamaram a polícia para pegar os gangsters que haviam se comportado daquela maneira e como uma afronta à sociedade deviam ser detidos. |
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Influenciado pelos escoteiros, Harold Lewis, que começou os Pals, incorporou algumas de suas idéias, incluindo excursões e acampamentos e um Clube. Pouco é conhecido acerca desses clubes, exceto que eles não estendiam a oportunidade para as meninas. Poucos anos mais tarde, Newton Robinson, diretor do Currículo Normal do Union College, Lincoln, NE, decidiu experimentar com um programa revisado do Departamento dos Missionários Voluntários. Ele começou o Clube chamado Boy Pals com jogos, excursões, fogueiras, trabalhos manuais, e habilidades recomendadas pelos líderes MV. Mas não havia nenhuma evidência que o Clube de Robinson tinha algum significado permanente. |
A idéia em realidade originou-se com Winfred, que pediu, ao estar passando por um acampamento de escoteiros com seu pai e seu irmão, sábado á tarde, que lhes permitisse acampar. A sugestão fez tal impressão sobre Arthur Spalding que ele começou a pensar em organizar um Clube para meninos adventistas. Ele estudou a organização e os regulamentos dos escoteiros, fez alguma revisão e formulou novas diretrizes, as quais ele pensou se adaptariam melhor para uma organização de jovens adventistas. Depois de algum tempo num domingo na primavera enquanto Spalding e seus filhos estavam trabalhando no jardim, Ronald expressou o desejo de ir acampar. Por esta ocasião Spalding agiu prontamente. Juntos, naquela tarde fizeram planos para um Clube e decidiram que meninos convidar. |
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Promessa e Lei achada no Manual do Escoteiro Mestre. Ambos os votos requerem dos jovens que trabalhe para Deus e para o homem, que mantenham altos padrões morais e que guardem a Lei do Clube. Ambos conjuntos de Lei incluem em qualidades que devem ser imitadas: obediência, veracidade, cortesia, lealdade, alegria, respeito, amizade e reverência. Através da Lei ou do Voto do seu Clube, Spalding em contraste com os líderes de outros clubes, contribuiu para alguma coisa de significado permanente. |
A Associação do Sudeste da Califórnia continuou usando o termo Desbravador. Ela chamou o acampamento que estabeleceu em Idyllwild em 1930 de Acampamento do Desbravador MV, evidentemente por causa do relacionamento do seu programa e aqueles dos Clubes de Desbravadores de Santa Ana. Lawrence Skinner, pastor adventista, continuou mais tarde a idéia de Desbravador quando ele organizou o primeiro clube permanente em Glendale em 1937. Lawrence Paulson, um empregado do Hospital de Glendale, assumiu a liderança do Clube em 1939, 1940, e sob sua guia o clube começou a crescer. |
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Em 1944 Skinner foi para a União do Pacífico Norte, como Diretor de Jovens e estimulou o interesse no Clube de Desbravadores, mesmo que não tivesse por si mesmo iniciado nenhum clube. Em vista de que a Associação Geral ainda se opunha á criação dos desbravadores, Skinner decidiu chamar os novos clubes de "Trailblazer" (que abre caminho); um destes clubes envolvia meninos e meninas de 10 a 15 anos de idade. Seu programa era similar ao programa dos clubes de desbravadores, hoje, incluindo as Classes JA e Especialidades, investidura, acampamento, cozinha, excursões, seguimento de pista, estudo da natureza, nós, primeiros socorros e assim por diante. Os membros tinham um uniforme verde selva, que usaram no dia do MV Trailblazer. A idéia do Trailblazer se espalhou pela Califórnia também onde Bem Mattison, diretor de Jovens da Associação começou um Clube na Associação do Norte da Califórnia. Antes da organização de Mattison, entretanto, o primeiro Clube patrocinado pela Associação se desenvolveu em Riverside, 1946, sob a direção de John Hancock, diretor de jovens da Associação do Sudeste da Califórnia. Logo depois que Hancock voltou do Acampamento de verão daquele ano, uma mãe dos acampantes o visitou expressando o desejo de que o acampamento tivesse a duração de um ano. Quando perguntada por que, ela explicou que seu filho tinha recebido uma grande benção durante o acampamento de verão. A conversação impressionou Hancock, a começar uma organização que tivesse um efeito similar sobre os jovens através do ano. Hancock sabia dos desbravadores em Santa Ana e do Trailblazers e ele decidiu organizar um clube similar. |
Também em 1946 Hancock acrescentou um novo item no clube de desbravadores desenhando o emblema dos desbravadores. Os três lados do emblema representam o desenvolvimento físico, mental e espiritual dos jovens. A espada representa o Espírito Santo e o escudo a Fé. Juntos eles indicavam que o Clube era uma organização espiritual, relacionada com a igreja. O ano de 1946 foi um ano chave na história de movimento dos desbravadores. |
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Henry Bergh, Diretor de Jovens da Associação Central da Califórnia, desenhou a bandeira dos desbravadores em 1948. Os quadrados azuis significando lealdade e coragem enquanto dois quadrados brancos representando a pureza. O emblema dos desbravadores, que se encontra no meio da bandeira, colocava uma interpretação diferente daquela dada por Hancock. A espada representava a palavra de Deus e o escudo a verdade. |
“Nós somos os Desbravadores, A ênfase espiritual desse hino também apareceu nas atividades dos desbravadores. No mesmo ano, 1952, os clubes de Wisconsin participaram num programa na noite de Halloween, reunindo, coletando latas de alimentos que eles distribuíram entre os pobres. A atividade tornou-se um evento anual para os desbravadores através da América do Norte. Mais de 125 meninos e meninas participaram do programa na cidade de Nove Iorque em 1953, saudando as pessoas da casa com: |
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Hoje é à noite do "trick ou treat" Mas não é esta a razão pela qual estamos aqui. Gostaríamos de algum alimento enlatado para os pobres, dando-lhes a oportunidade de um Dia de Ação de Graças feliz. Numerosos exemplos dessas atividades apareceram nas publicações adventistas. Os Desbravadores de Chula Vista, Califórnia, distribuíram literatura adventista para o povo na sua área e participaram de esforço evangelístico na igreja. Os membros do Hapi Lanta Clube, em Atlanta, Geórgia, apareceram quatro vezes nas maiores televisões de Atlanta e partilhando sua fé com as pessoas daquela cidade. Eles também visitaram os enfermos, matriculando as pessoas no Curso Bíblico por correspondência e distribuíram cestas de alimentos entre os pobres. Os desbravadores de Vermont demonstraram como a participação de atividades seculares pode influenciar alguém para tornar-se um membro da igreja. Depois de uma excursão de dois dias com alguns desbravadores de Vermont, alguns não adventistas concluíram que a Igreja Adventista deveria ser boa para unir-se. Mesmo planejado primariamente para adventistas, o clube de desbravadores aceitou uma pequena porcentagem de não adventistas e os animou a tornarem-se membros da igreja. |